quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Adeus...2009!

Finalmente chegou o dia 31 de Dezembro de 2009.
Faltam poucas horas para assistirmos a um simples prótocolo de calendário que se chama: Passagem de Ano. Não é de todo uma comemoração que faça muito sentido para mim, no entanto, tenho no baú das memórias boas recordações de algumas passagens de ano. Vivêncio quase sempre a coisa com uma grande dose de nostalgia no olhar, em simultâneo com um brilho imenso que espreita e que rasga a cortina da curiosidade em saber o que me espera no ano novo que se avizinha.
Há muito que deixei as tradições das 12 passas/12 desejos (confesso que em 6 ou 7 delas está sempre subjacente o mesmo desejo), deixei de lado as cuecas azuis clarinhas (até porque é uma cor que não me favorece) e o subir a uma cadeira com uma nota na mão e saltar para o chão...esta, quanto a mim, a mais ridícula de todas as tradições...e as tradições já não são o que eram!
Antes que me dê a travadinha lá para as 23h59m quero deixar em forma de testemunho o que me ocorre dizer sobre o balanço que faço do melhor e do pior que teve para mim, o ano de 2009.
Estava longe de imaginar que o melhor e o pior do ano de 2009 estariam para acontecer nos últimos 3 meses de 2009...sem sombra de dúvidas que emocionalmente foram 3 meses muito intensos, desgastantes e inesquecíveis.
O pior do ano de 2009 foi ter que me despedir do meu avô João que partiu cedo demais e de uma forma repentina, triste e demasiado dura. Sei que o terei sempre comigo, pois as pessoas só morrem fisicamente, enquanto existirem dentro de nós, nos nossos pensamentos, nas nossas memórias e no nosso coração estão e vão estar sempre vivas. O meu avô João sei que está "lá em cima" a olhar por mim.
Sem dúvida que o melhor do ano de 2009 veio da forma mais improvável de voltar a acontecer algo de semelhante na minha vida e prende-se com o facto de ter conhecido o J. O J. é para mim, meu amigo de infância há 3 meses, é igualmente o meu cúmplice, a minha empatia, a minha companhia masculina preferida e entre muitas outras coisas o responsável por eu ter finalmente aprendido a saber fazer bem arroz e a gostar de ver desenhos animados.
Ora bem...
Vou estrear o meu vestido verde novo. Vou brindar ao ano de 2010 de verde esperança...esperança de que seja o ano da mudança...vai ser concerteza!
Adeus 2009!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Em busca da perfeição nº2 (leia-se apartamento)

Afinal...quando já nada fazia prever, pois ter que resistir a uma série de contrariedades e frustrações tem muito que se lhe diga, apareceu em dose dupla a "perfeição nº2". É verdade, a saga continua...voltei a arregaçar as mangas e a marcar encontros com consultores imobiliários (salvo seja) e neste momento encontro-me em busca do meu querido futuro apartamento.
Hoje, curiosamente fui agradavelmente surpreendida...e logo por dois!
Está na altura de fazer figas e rezar evocando o santo padroeiro dos empréstimos bancários e o santo padroeiro dos avaliadores correctos de imóveis.
Se todos juntos numa só voz estivermos unidos...a coisa dá-se...ou seja, concretizo um objectivo, uma meta...um sonho!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Balada da enxaqueca

Não sei se escrever tendo por companhia uma enxaqueca, que se me ferrou, já vai para coisa de 6 horas é um pronuncio de que a coisa não vá correr bem... mas o que é certo, é que ela martela e de que maneira!
Não sei se foi tensão acumulada que despoletou através de um telefonema à muito esperado e desejado, mas igualmente confuso, daqueles que nem a fórmula matemática mais complexa teria um arzinho da sua graça e onde as raízes cúbicas são meninas do coro, em fim de actividade festiva...mas o que é certo é que ela martela.
Valha-me S. Trifene 200 que não ajuda só nas dores menstruais, nem de dentes (rimei, mas foi sem querer), mas igualmente nas dores de cabeça e acima de tudo valha-me o saber que me espera uma sopa quentinha e um leito de lençois de flanela, onde poderei deixar repousar o corpo e apaziguar a alma.
A alma...que não é pequena!
Sei e uma vez mais sem querer "chatear" alguém com as minhas visões futuras ou a minha pretensão em querer controlar tudo, nomeadamente o futuro, sei, volto a repetir, não por ser teimosa, mas para ser afirmativa, que vou encerrar o capítulo da vida de seu nome "2009" de uma forma...digamos que, menos feliz! Também sei que a felicidade é um estado subjectivo, de discussão pouco pacífica e de difícil tradução em forma de nomenclatura. Sei que a dimensão das palavras está para a compreensão das mesmas, assim como a terra está para marte, vénus ou platão. E neste caso concreto a que estou timidamente a referir-me, por escrito, mas a fervilhar interiormente, deixou um sabor amargo nas bocas doces que somos...
Adoro-te!
Posso ser hiperbólica, psyco pequenina, exagerada, utilizadora compulsiva de fórmulas matemáticas para reger a vida, inconveniente na escrita dos comentários aos teus posts, infantil, ... e tudo mais o que queiras... mas o que é certo é que eu Adoro-te e adoro adorar-te da forma que eu te adoro...mesmo que não compreendas e nem aceites que há amigos que podem adorar outros amigos...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PARA SEMPRE ... AVÔ JOÃO!

O mundo acaba de perder ou ver partir, uma das pessoas mais importantes da minha vida: João Ramos dos Santos Parada.
Sou e serei sempre grata a quem me deu o previlégio de ter conhecido um dos homens mais grandiosos que algum dia conhecerei.
Tive o orgulho, a honra e o previlégio em ser sua neta, sua amiga e sua confidente!
Admiro-o por tudo!
Adoro-o eternamente!

Passei a ... (parte I)

Passei a acreditar em encontros perfeitos, desde que te conheci!
Passei a gostar de experimentar pratos de fusão, com cores demasiado garridas para o meu intestino, mas o que é certo é que comi e gostei!
Passei a conduzir mais depressa e a ouvir música num tom mais elevado!
Passei a sentir-me mais viva, mais determinada, mais capaz de abraçar o mundo!
Passei a acreditar que é possível concretizar sonhos!
Passei a simpatizar um bocadinho mais com o Sporting!
Passei a gostar de ouvir a Maria José Valério!
Passei a sentir que as cores que o teu arco-íris contemplam na minha paleta interior, são um infindável leque de nuances, de tonalidades ímpares e improváveis de serem repetidas!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

...

MR: O que é que vais fazer no feriado?
Catarina: Vou ver o meu avô, que está prestes a morrer!
MR: Ai, também não precisas de dizer isso assim!
...
(a caminho de uma sessão de psicoterapia, fiquei a pensar...então diz-se de que forma, perante esta dura realidade???)

domingo, 29 de novembro de 2009

Um domingo à tarde cinzentão, chuvoso e frio é sinónimo de...neura na certa! Pois como neura já tenho andado eu, cheira-me só à outra descrição anterior.
Para contrariar a neura, tenho tudo, o que está ao meu alcançe, para tentar transformar "esta coisa a que se lembraram de chamar domingo à tarde".
- Manta : Confere! é quentinha, fofinha (mas não superfofinha) de tons terra e riscas, para as artistas...também poderia ser de bolas para as artolas (também o sou!)
- Chávena de chá: tem de ser quente, semi doce e verde, branco, jasmin, cidreira, lúcia-lima, camomila, etc..
- Woody Allen, no leitor de DVD, hoje em exbição neste simpático T1, "Vicky Cristina Barcelona". Já sei que alguém me iria dizer que «não é o melhor!».

...beijo**

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Apenas um desabafo ...

Seremos aquilo que a vida nos ditar por sorte, como a sorte que é lançada ao jogo pela cartada certeira de um Ás de espadas ou como a sorte que alguém anseia em ter ao acertar nos “tais” algarismos do euro-milhões.
Tu és, todo tu, na tua imensidão e discrição do teu “eu” complexo, um ser humano dotado de uma alma fascinante que se transborda num olhar destemido, risonho e cúmplice, que me cala de palavras e me prende, a mim e aos meus sentidos numa espécie de comunhão de duas almas.
Encantas-me e embalas-me, como quem fica encantado pelo inesperado cântico ouvido numa igreja de câmara, algures...
Gosto do teu olhar que é terno e derrete, mas não no todo, o bloqueio emocional que ganhou forma de iceberg egoista e que coabita dentro de mim numa constante batalha campal, com o meu imenso coração.
Gosto das tuas palavras, as mais especiais e a forma como traduzes os teus afectos e sentimentos, carregados de certezas, que curiosamente me assustam, mas que ao mesmo tempo me cativam.
Que pena, mesmo, a tinta não ser permanente! Mas não poderiamos continuar a escrever a nossa história a lápis de carvão e borracha branca, pois não é sob essa batuta que regemos as nossas vidas!
Vou aceitar e respeitar as vicissitudes da vida e debater-me mano a mano com as minhas não conformidades interiores que povoam o meu reino dos afectos e que me impedem de ser feliz.
Vou em busca de mim, vou fazer por encontrar-me!
Vou encher-me de silêncio, a teu pedido!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A queda !

Até para a queda é preciso ter queda para queda! Que o diga a Teresa que hoje deu uma das quedas mais aparatosas dos últimos tempos, em frente ao Olivais Shopping!

Operação Motivação!

Motivação é a palavra de ordem! ... depois de ser chamada à atenção pela chefia!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A lâmpada

Depois de demorar sensivelmente 1 hora do aeroporto a casa, isto porque, alguem ficou de me ensinar um caminho alternativo para fugir à 2ª circular e ainda não o fez, lembrei-me que tinha de ir comprar uma lâmpada para a cozinha. A outra havia sucumbido para a vida, ontem, a poucos minutos de eu me atirar aos tachos. Ora eu que já não abono ser dotada de jeito para essa fantástica arte, imagine-se a coisa, à luz da dita cuja sumidinha proveniente do exaustor, que é tempo da maria cachucha.
Hesitei na escolha entre os dois supermercados disponíveis no quarteirão e acabei por me decidir pelo Feira Nova, pois hoje estou a sentir-me particularmente castiça!!! E quando assim é, o destino passa pelo Feira Nova, um submundo dentro do universo dos hipermercados. Lá é que se encontra de tudo!!E ao domingo de manhã é quando o dito cujo atinge o pico, o auge, o climax com a invasão das famílias cujo agregado familiar ronda os 5 elementos e todos de fato de treino e ténis a empurar o desgraçado do carrinho de compras. Que depois não devolvem no devido local, sendo o mesmo literalmente abandonado já nas imediações das casas destes grandes larapios de estruturas metálicas com rodas.
Focalizei-me no objectivo e atirei-me com toda a confiança para a secção das lâmpadas. Depois de 5 longos minutos a olhar para aquela diversidade de casquilhos, watts e formatos, lembrei-me que tinha na mala, a dita cuja que havia sucumbido. Saltou de imediato para servir de modelo. Bolas pá! para além de não haver a mesma marca, não havia exactamente nenhma igual, só parecida. Nisto começo a ficar impaciente e começo a emitir pequenos sinais de "please help me", ou seja, começo a "bufar" e a olhar para os lados, a ver se alguem percebe que estou em apuros.
Há sempre um senhor simpático na casa dos 60 que está ali para dar uma preciosa ajuda...e hoje não podia ser excepção! Confrontei-o com uma lâmpada philips e a que havia sucumbido e garantiu-se serem familiares. Convencida, lá vim de caminhar firme em direcção à caixa.
Chegada a casa, atirei com a mala para cima do sofá, montei-me em cima de uma cadeira, mas primeiro desliguei o quadro, não fosse a vida pregar-me uma partida e depois disto tudo, não assistir ao acto do "fazer-se luz" e atarrachei a dita cuja com confiança. Desci da cadeira, liguei o quadro e Plim!!!
Pensei, agora sim, já tenho condições para trabalhar nesta cozinha. O curioso é que hoje para acabar bem a noite e porque me sinto castiça, vou só comer uma sopa, uma sandes de presunto e beber um copo de três.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

" No teu Poema" - XIII Festival RTP da canção 1976

Ao dar por terminado mais um dia de trabalho, com algum tédio à mistura e os olhos em bico por estar em pré-processamento salarial e só ver números e mais números - e logo eu que gosto tanto de palavras. Entrei no meu veículo de quatro rodas com destino a casa. A meio da 2ª circular e para dar descanso ao Neon Tiger, dos The Killers que desde há um mês e tal a esta parte oiço repetidas vezes ao dia, quase ao estilo obsessivo e mudo para "Rádio" e "pesquisa". Deparei-me com uma estação sem nome, mas que estava a passar boa música portuguesa, mas de clássicos. Esperei que a Simone perdesse o piu com a "Desfolhada" e a seguir deu esta canção fantástica, de seu nome "No teu Poema".. Após uma breve pesquisa, descobri que foi interpretada pelo Carlos do Carmos ( outro clásico) no XIII Festival RTP da canção 1976.
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha.
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A saga da “Boneca” continua...

Pois bem, aquilo que eu pensava ter sido um acto isolado, sem repetição ou lembrança, revelou-se em algo bem diferente.
Então não é que agora, a tal financeira da Tunisair que estava a assistir na primeira fila ao episódio especial de “a Boneca”, desde esse fatídico dia, que resolveu substituir a minha graça (leia-se Catarina) por imagine-se só: “Boneca” – claro que mais poderia ser? Dahh!!!
É vê-la toda airosa e alegre às 9 h da matina ao cruzar-se comigo ora na entrada ora no wc – feminino (sim, porque esta brincadeira de ir ao WC masculino há muito que o deixei de fazer...só o fazia quando ia à bola nos saudosos velhos estádios) e em jeito terno, poético e até com um certo encanto, esboça um sorriso rasgado ao mesmo tempo que inclina a cabeça sob o ombro direito e diz: « Olá “boneca”, bom dia!»
Eu sorrio-lhe, meia sem jeito e com alguma cor a mais nas bochechas.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cúmplices - versão reduzida

A noite vem às vezes tão perdida
E quase nada parece bater certo
Há qualquer coisa em nos inquieta e ferida
E tudo que era fundo fica perto

Nem sempre o chão da alma é seguro
Nem sempre o tempo cura qualquer dor
E o sabor a fim do mar que vem do escuro
É tantas vezes o que resta do calor

Se eu fosse a tua pele
Se tu fosses o meu caminho
Se nenhum de nós se sentisse nunca sozinho

Trocamos as palavras mais escondidas
E só a noite arranca sem doer
Seremos cúmplices o resto da vida
Ou talvez só até amanhecer

...
Encortei a música ... a restante parte teria uma adaptção que tu ontem sugeriste...mas eu prefiro que assim fique...para mais tarde recordar.

O tão desejado ... colégio!

Cada vez mais desejo, que o dia tão esperado chegue depressa para que possa dar-me ao luxo de poder borrifar-me para esta pseudo carreira que estou a construir, na área de Human Resources . E possa seguir a minha verdadeira vocação, que é o estar ao lado do melhor do Mundo. Não! Credo! Não estou a falar do Cristiano Ronaldo, ainda que seria interessante ser psicóloga particular do “piqueno” pela projecção mundial que o rapaz tem. Mas cá me cheira que a psicologia do desporto iria ficar aquém das minhas expectativas, sendo provavelmente mais o meu papel o de confidente amorosa, perante as Merches, Nereidas, Paris e afins... da vida dele.
Mas voltando ao essencial. Estava a falar do melhor do mundo e o melhor do mundo são as crianças!

Quero ser uma jovem empresária!

Quero ter o meu colégio!

Quero conhecer malta dos 3 meses aos 5 anos!
Quero conhecer o João, a Maria, o Vicente, a Matilde, o Tomás, a Rita, o Salvador, a Teresa, o Santiago, a Joana, o Pedro, a Ana, o Diogo, a Madalena, o Francisco, a Sofia, o Duarte, a Inês, o Rodrigo, a Marta, o Martim, a Raquel, o Vasco, a Margarida, o Manuel, a Carlota, o Filipe, a Constança, o Tiago, a Carmo, o José, a Francisca, o Gonçalo, a Catarina, o Guilherme, a Carolina, o Daniel, a Susana, o Frederico, a Mafalda, o André, a Filipa, o Miguel, a Bárbara, o Afonso, a Luísa, o António, a Petra, o Simão, a Pilar, o Ricardo, a Mónica, o Rui, a Patrícia, o Tomé, a Isabel, o Paulo, a Mariana, o Bruno, a Beatriz, o David, a Salomé, o Henrique, a Clara, o Nuno, a Eva, o Sebastião, a Flor ... e mais uns quantos “superfofinhos”.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ou eu não me chamo Catarina Maria

“Ou eu não me chamo Catarina Maria” tem essencialmente uma mensagem: Sermos simplesmente nós próprios...com tudo com isso acarreta, desde os princípios, a moral, as crenças. Acredito que para umas pessoas é um desafio difícil, para outras algo aparentemente fácil... Decididamente ser simplesmente eu é um desafio facílimo para mim!...pois o que é mais difícil para mim, certas vezes é ser como sou!....bem mas isso já vos ultrapassa a vós, não é?
O conteúdo destes post traduz uma amostra fidedigna de mim... esta sou eu!...com mais ou menos veracidade, com mais ficção ou realidade! Sou eu como inteira, como um ser humano no seu todo, mas também inevitavelmente desdobrada em mil e uma partes, como que blocos que podem ser entendidos como qualidades, defeitos, traços, crenças, valores...
Acusei por momentos os efeitos da minha insegurança que o tempo tem vindo a dar o estatuto de retemperada o que levou com que eu repensasse sobre a minha ideia...mas apenas por breves instantes. A vontade e o desejo de escrever foram superiores. Sentei-me diante do computador e resolvi traduzir o que sinto em palavras. Um obstáculo?...apenas a tal insegurança inicial ! Um desafio?...expor-me, dar-me a conhecer, partilhar, escrever sobre aspectos mais profundos, mais sentidos, outros porém deveras flutuantes, superficiais, banais, até incrédulos pela necessidade de serem expressados, mas que não deixam de ser meus, vêem do mesmo interior!
São só palavras, sentimentos, ideias, pensamentos que não são depenados à força, arrancados aqui e ali. Não!, garanto que se assim fosse jamais escreveria por escrever. Escrevo o que sinto, o que me apetece, quando me apetece, sobre o que me apetece e se me apetece!
Sinto um chamamento interior que me pede que escreva e que demonstre (não me perguntem a quem!) que possuo a capacidade, de deixar explicito e sem sombras, que sou espontânea, que possuo uma veia despreocupada, solta e livre que me permite divagar pelo mais íntimo e profundo de mim, traduzindo esse conteúdo por palavras.
Apenas sei que este “Ou eu não me chamo Catarina Maria” existe para marcar de uma forma significativa este momento da minha vida.
Sou só eu na minha mais profunda essência, são pedaços do meu eu que transpuseram o anonimato e passaram de exclusivamente meus a vossos também. Pois é sob este prisma que concebo a minha vida: na partilha constante, na entrega total, na compreensão mútua, na aceitação plena e na cumplicidade intima!
Que encontrem, tal como eu, o prazer nesta leitura e que ela seja, pelo menos, um elo da cumplicidade que ficará entre nós para todo o sempre!...já que a eternidade é tão efémera!

Lamentos

O reino dos lamentos não é de todo como o mundo encantado da Leopoldina, onde há reis, princesas, dragões. O reino dos lamentos é um lugar sombrio no mundo interior de cada um de nós, onde vegetam acorrentados as amarguras, as desilusões, as frustrações, as magoas, que se vão somando à vida em jeito de formula matemática, mas de multiplicação.
O lamento faz fronteira marítima, terrestre e aérea com uma panóplia de sentimentos, como o inconformismo crónico ou o pseudo inconformismo, a dor crónica ou uma espécie de dor.
Hoje em dia lamenta-se por tudo e por nada! “Lamento, mas já não tenho mais bolinhas de mistura”; “Lamento, mas hoje não posso ir à aula de ténis”; “Lamento, mas a bomba 3 está em pré-pagamento”.
Mas que raio de lamentos são estes? Isto são apenas constatações, que não devem ser abraçadas pela palavra “lamento”.
Lamenta-se por se lamentar. Como se o lamento fosse uma espécie de alimento para as almas que andam em crise e em recessão, não económica, mas emocional.
Viver em consonância com os lamentos, é aceitar que por vezes deparamo-nos com o lado oposto daquilo que esperamos da vida e é admitir que “toda a alma tem uma face negra / nem eu, nem tu fugimos à regra”.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

DIVAGAÇÕES

Não há poções mágicas que possamos beber de um só gole e que nos possibilitem viver a vida sempre da melhor forma possível, sempre com um sorriso nos lábios e um constante calor aconchegante no coração.
Não há formulas matemáticas nem lógica que expliquem a complexidade dos nossos sentimentos, a vastidão de sensações que as nossas emoções atingem, a dificuldade que sentimos quando o assuntos são os afectos...pois, quase nunca podemos resumir a vida ao facto de 2+2 ser igual a 4...muitos momentos da vida, muitas ocasiões exigem que se façam muitas e mais complexas contas, que nem sempre são só de somar...também existem as de subtrair, quando precisamos de parar, para ver com clareza, aquilo que andamos a perder.
Não há milagres divinos de uma qualquer força superior, de um qualquer ser ou entidade omnipresente que “mora lá em cima”, que possa fazer para nos iluminar a mente, nos ajudar a reflectir com maior clareza, que nos auxilie na tomada das nossas decisões, que nos esclareça os nossos sentimentos e afectos, que faça apaziguar as nossas mágoas e que sossegue os nossos corações.
Não há conselhos sábios, nem verdades absolutas, nem certezas imutáveis...há simplesmente, conselhos mais ou menos acertados, verdades mais ou menos cruas e certezas mais ou menos certas!
Não há padrões de acção iguais, quanto muito ligeiramente similares, pelo simples facto de não existirem duas acções que se repitam no tempo e no espaço da mesma maneira, assim como também não há duas situações iguais, muito menos duas pessoas iguais...daí o facto de sermos todos...únicos!...no meio da singularidade e originalidade de cada um, para mim, há seres que “são mais únicos que outros”!
Não há mitos...esses é que não há mesmo, sinto que cada vez mais queremos a clareza da realidade, queremos acreditar no hoje, naquilo que vemos, sentimos, ouvimos...não naquilo que nos contaram, não queremos realidades obscuras, lendas de narrativas que é difícil acreditar muitas delas de outros tempos e outros mundos, nos quais não estivemos...nem sequer perto!
Não há uma forma de agir que podemos conotar como: a correcta!...existe sim, aquela que na altura x nos pareceu ser a mais acertada, aquela que melhor seria para adoptar naquele momento y, face aquele cenário z.
Não existem palavras perfeitas, única e exclusivamente pelo simples facto de não existir a perfeição, e ainda bem que não existe, daí este conceito ser ambíguo, subjectivo e incompreensível...mas existem palavras certas, coerentes e adequadas aos momentos e que nos saem ora boca fora, ora coração fora, ora de ambos os locais simultaneamente...esta última, no meu entender, a mais sensata.
Não há contos de fadas, nem histórias da carochinha, nem príncipes e princesas, nem maças envenenadas, nem bruxas em vassouras voadoras, nem sapos que viraram homens, nem abóboras que viraram carruagens luxuosas...mas há amores eternos, como o de uma mãe ou pai por um filho e há a amizade, o mais nobre dos sentimentos!
Não há caminhos ou escolhas mais acertados, nem caminhos ou escolhas mais errados...há simplesmente caminhos e escolhas...que têm de ser percorridos por nós, porque a vida é feita de escolhas, que têm de ser feitas, com alguns receios é certo, por vezes com pesos na consciência, e apertos no coração, com questões permanentes, com análises interiores das nossas opções, com ponderações de prós e contras que advêm das nossas decisões, mas no fundo só temos que ouvir a voz do coração...e igualmente a da razão!
Não há sempre desgostos que podem ser evitados, nem lamentos que possamos sempre minimizar, nem há mágoas que não magoam...todas magoam, deixam uma ferida, mas é uma ferida que sara sempre, custe o que custar...demore o tempo que demorar!
Não há só espadas, nem só punhais, nem só rosas e corais.
Não há só insónia, nem só sono profundo, assim como não há só sonho, nem só pesadelo!
Não há nada que justifique tudo, nem um tudo que explique porque é que já não existe nada!
Não há pessoas perfeitas, nem relações perfeitas...há pessoas que são mais adequadas umas para as outras e relações que perduram porque se amam e porque as pessoas dão-se bem...porque são companheiras, porque são compreensivas...mas especialmente porque respeitam e aceitam o outro que têm ao seu lado!
Não há forma de nos impedir de errar, nem erros que possamos evitar!
Não há a mínima possibilidade de sermos sempre justos, coerentes, sensatos, equilibrados, lúcidos, atenciosos, compreensivos, simpáticos, meigos, fiéis, inteligentes, amáveis...há momentos em que também somos maus, cruéis, desequilibrados, imaturos, precipitados, intolerantes, insensíveis, egoístas, brutos, antipáticos, injustos, falsos...porque acima de tudo somos humanos e como tal erramos...não somos perfeitos, nem devemos ter essa pretensão senão caímos num grande erro. Damos alegrias e tristezas uns aos outros; magoamos mas também somos magoados; fazemos rir, mas também fazemos chorar e o mesmo nos fazem a nós!
Não há razão que se sobreponha à veracidade do coração!
Não há barcos salva vidas para tudo, para todos e em todas as situações...até nos filmes isso se vê!
Não há sempre uma forma de conceber a vida como um jogo, em que são dadas cartadas triunfais...pelo menos para mim, o amor não é concebido como um jogo...mas sim algo mágico, espontâneo, nada viciado, mas muito mimado e saudável que quando começa a dar grandes dores de cabeça, agonias, insónias e problemas é porque algo já não está bem no reino dos afectos.
Não há nada mais bonito na vida que vivê-la aproveitando cada minuto de harmonia, com um sorriso nos lábios e o tal aconchego no coração!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O dia em que uma ilustre desconhecida me chamou “Boneca”!

E se de repente uma ilustre desconhecida lhe disser: “Você é uma boneca!” Não estranhe, não é Impulse ou um outro qualquer “odorizante” a cheirar a rosas pálidas, mas perfumadas, é simplesmente uma apreciação, um reparo e em última instância um desabafo.
Pois foi exactamente isso que hoje me aconteceu na entrada do edifício onde trabalho. Ia eu em passo apressado, pois a minha hora de almoço (contada ao segundo) já estava a descontar à coisa de 10 segundos (o tempo que dista do meu escritório à recepção), quando me cruzo com uma ilustre desconhecida, aloirada, a atirar para o ruivo e com um ar cinquentão de quem está de bem com a vida. Nisto como uma rajada e sem hesitar (qual metralhadora, qual quê?) e solta do seu ego mais profundo esta linda afirmação que vai ficar a ecoar dentro de mim, até ser superada por uma outra qualquer.
- “Você é uma boneca!”
Eu corada até à quinta casa, o que é algo estranho para mim, pois nem sequer o costumo ficar perante homens bem apessoados, na casa dos vinte e muitos, trinta e tal ou quarenta e poucos, respondo timidamente e logo com ar de barbie madeixas (só podia, depois disto!)
- “Ai, obrigada!”
Não contente com a minha resposta, a minha fã (sim, é oficial, o meu clube de fãs está inaugurado por uma mulher e ilustre desconhecida!) em jeito de inquirição, resolve ripostar e solta outra bujarda : _ “Sim!!! Você é uma boneca!! Não me diga que não acha??!!”
Uiu, eu que já só estava desejosa por ser raptada pelo Ken, resolvo sair-me com uma destas: - “Tem dias!”
-Tem dias???? Perguntou a minha ilustre fã já em ponto de rebuçado.
Nisto a malta que estava no primeiro anel, calada até ao momento, resolve manifestar-se com uma gargalhada. Ah, diga-se de passagem, por malta entenda-se, uma vigilante securitas; o rapaz do bar e uma financeira da Tunisair, lindo! Percebi que estavam os três no limiar do: “onde é que está o impresso para prencher para ficar fã do clube?” ou então “coitada da rapariga a ser abordada por esta personagem”.
Eu, não contente com o caldo entornado, ainda reforço a coisa, ainda mexo mais na ferida através desta minha afirmação. – “Sim, tem dias!”
Só vos digo que o que ouvi de seguida foi, no mínimo, um banho de auto estima, um bálsamo para o ego, uma dádiva para os ouvidos, um aconchego para a alma e um infinito de sentimentos que encaixam em almas carentes e a precisar de mimos em forma de SOS.
Agradeci, timidamente e saí com a cabeça entre os ombros e questionei-me:
A ser uma boneca. Que raio de boneca sou?
Uma boneca de trapos? Uma boneca de porcelana? Uma barbie? Uma barriguitas?
Enfim...seja qual for a boneca, de certeza que é uma boneca “superfofinha!”