Volta não volta derrapo nas curvas.
Não há volta a dar, é mais forte do que eu.
Sei que tropeço mas não chego a cair. Fico meia cain-cain durante uns dias, choro as minhas mágoas, mais que não seja por dentro, e depois recomponho-me e sigo a minha caminhada airosa e sorridente.
O passado é assim mesmo. Volta não volta, chega de rompante ao presente e provoca os estragos habituais em jeito de profunda emoção e acima de tudo, muita saudade.
Sei que esse passado não faz parte do meu presente e muito menos do meu futuro, mas eu continuo a gostar do passado, ainda que não o queira.
Esta sensação boa de se viver na realidade e não mergulhada feita avestruz nostálgica, é uma sensação tremendamente boa de se sentir. Confere-me uma segurança incrível e uma certeza de que o que aí vêm só pode ser o melhor do melhor.
Saber mimar cá dentro, no mais ínfimo recanto do meu coração o meu passado, é um acto de amor profundo e incondicional. E eu adoro ser simplesmente tal e qual como sou. É como se não se esgotasse em mim o carinho que possuo pelo passado em questão, apesar de tudo.
É um gostar puro.
É um gostar de uma forma tremendamente profunda.
É um gostar maternal.
É um gostar de quem cuida.
É um gostar eterno.