A vida é feita de pequenas enormes belezas, mas lamentavelmente nem todos nós conseguimos dar-lhes o valor merecido, o tal tempo de antena tão necessário, como na altura das eleições, em que ouvimos a lenga lenga de sempre «o tempo de antena que se segue é da responsabilidade do partido interveniente!», é mais ou menos isto, não ligo nenhuma a política! O que eu quero dizer é que devemos saber olhar para as pequenas belezas que temos o privilegio de ter acesso todos os dias da nossa vida e dar-lhes o estatuto de grandes belezas. Não olha-las como insignificantes, mas sim valorizá-las no seu todo e enaltece-las pensando sempre que nem todos nós podemos aceder a elas, por inúmeros motivos, mas o principal é porque há pessoas que nem sequer conseguem atingir essas belezas. São estas pequenas enormes belezas que conheço há anos, quase desde que me conheço a mim. Aprendi a vive-las sempre, mas também admito que recorro a elas quando estou mais fragilizada e carente, quando só preciso de um bocadinho de colo, de me sentir embalada por uma música calma, de ouvir palavras bonitas sussurradas ao meu ouvido, de sentir pequenas gotas de água que vêm da chuva a salpicarem-me a face...enfim!
Acredito que a beleza é de facto interior e que todos os nossos sentidos: visão, audição, paladar, cheiro e tacto só estão em alerta quando conseguimos atirar cá para fora, para um mundo livre, ínfimo, repleto de inúmeras coisas aquilo que inevitavelmente possuímos dentro de nós. Todos temos uma beleza interior que acaba por transbordar o delineamento que foi estipulado e que pode ser denominado de fronteira dos corpos, como se houvesse dois mundos: aquele que é visível que é o corpo, que pode ser mais gordo ou mais magro, que pode ser mais interessante esteticamente ou menos, que pode ter vários tons, pode ter vários formatos de face, várias cores de olhos, vários tons e tipos de cabelo, etc...e um outro mundo que é invisível, que não podemos aceder de uma forma directa, que não podemos dizer afincadamente que conhecemos porque por vezes nem a própria pessoa conhece bem, quanto mais os outros que estão de fora. Esse é o mundo verdadeiramente belo, aquele em que vivem os nossos valores, os nossos sentimentos, as nossas emoções, os nossos pensamentos, a nossa educação, a nossa ética, as nossas crenças... E ninguém é parte integrante do nosso ser, só mesmo nós o somos!
Esforço-me por avistar na linha do horizonte a solução para isto ou aquilo, mas acabo sempre por perceber que nunca vou encontra-la porque primeiro teria de conseguir ver a linha do horizonte na perfeição, mas tento ver sempre mais além, quase me debruço e tento mergulhar para ver se a atinjo, enquanto o estou a fazer acabo por franzir o sobrolho e cansar a vista e... estou longe...ás vezes é preciso também dar um desconto de tempo ao próprio tempo e partir sem levar malas que atrapalhem a caminhada e depois voltar, sem fotos que comprovem onde estivemos, apenas tendo a certeza de que nos fez bem.
É bom vaguear usando o poder da imaginação, haverá algo mais brilhante que a imaginação?
A beleza pode sair de dentro de uma tela, transpor os bigodes de um pincel e fazer com que se invente mais uma cor que é acrescentada à paleta de um pintor, seria designada de: cor de burro quando foge! ...não consigo, mesmo fazendo uso da imaginação, visualizar esta cor, mas anda perto do castanho. As enormes belezas podem ser obvias, visíveis, transparentes, mas por outro lado podem viver encobertas por um toque enigmático, mágico, pouco óbvio...mais para o abstracto. Gosto de quadros abstractos, daqueles em que à primeira vista nada parece nada, mas depois de uma observação atenta, mágica, imagética já parecem ou podem ser tudo.
Gosto verdadeiramente de vaguear pela imaginação, mas cada vez mais preocupo-me em ser capaz de separar o meu mundo interior real do meu mundo interior ilusório. Gosto de me deitar de barriga para o ar na praia olhar para o céu e brincar com as formas que as nuvens naturalmente têm, algumas parece que foram desenhadas por uma mão cuidadosa, outras são irregulares e pouco expressivas e não descanso enquanto não lhes atribuo uma semelhança. Gosto de me sentar à beira mar e sentir o que as ondas do mar me querem dizer, elas falam muito e expressam-se quando rebentam e acabam por esmorecer em terra . Há dias em que estão chateadas ou querem dizer-me qualquer coisa de muito importante então rebentam com força, avançam pela areia até ao local onde me encontro e se não fujo a tempo chegam a tocar-me.
Gosto do céu, esteja ele de bom humor sem nuvens e com uma tonalidade de azul celeste ou então quando está mais tristonho, zangado com o mundo, cheio de nuvens cinzentas escuras e sem forma, como se pelo facto de estar triste fizesse uso de uma máscara, uma capa de uma só cor e sem um único buraco de onde saia um raio de sol que se esforçou por contrariar esse estado. Gosto de andar de escorrega por entre a vastidão do céu, de uma forma livre sem medo da velocidade que posso vir a atingir e sem medo de esfolar o rabinho. Gosto de saborear as nuvens como se fossem de algodão doce, aquele branquinho que derrete rapidamente na boca e faz colar os dedos.
Sinto que quem tem a capacidade de ver para além da pequenez que certas coisas são e consegue subir, ir mais além, até pode chegar ás estrelas mais brilhantes. Gosto de achar que posso chegar até elas, que lhes posso fazer cócegas e pedir desejos. E quantos desejos já pedi á estrela mais brilhante? ... não faço ideia, já perdi a conta!
Estas pequenas enormes belezas, no fundo não são mais do que momentos e reflexões. Tenho momentos da minha vida em que aquilo que mais sacia a alma e acalma o espirito é poder desfrutar de pensamentos sobre as coisinhas mais simples da vida. Coisas simples como a sensação agradável que tenho quando agarro num punhado de areia quente e fina e a deixo escorregar por entre os dedos das minhas mãos. Quando ando à beira mar descalça simplesmente a molhar os pés até ao tornozelo ou a apanhar conchas e pedrinhas multicolores. Coisas simples como dar uma boa inspiração e enalar o cheiro da maresia que me desentope as fossas nazáis e me faz ficar atordoada devido ao facto de eu ter sinusite. Poder correr num campo aberto sem limites, sem muros a definir o fim de um terreno e poder olhar em redor e ver apenas verde e um manto enorme de malmequeres e depois vencida pelo cansaço sento-me no chão e apanho um deles e começo a tirar pétala a pétala repetindo a lenga lenga:« bem me que/ mal me quer/ muito/ pouco/ ou nada!».
Gosto de contemplar e observar as formigas, sempre todas atarefadas nas suas vidinhas nada monótonas e pergunto-me como é que elas podem com aqueles pedregulhos de pão seco? Se vale a pena o esforço de os equilibrar sobre os seus corpos delgados e minúsculos, mas cheios de energia, devido ao açúcar que ingerem quando “assaltam” um açucareiro qualquer!
Gosto da claridade que emana a lua cheia ao ponto de nos fazer ver uns aos outros com uma nitidez tal que ás vezes o próprio sol, por estar tão forte, nos faz fechar os olhos. E gosto muito do arco íris, fico tão contente quando ele se digna a visitar-nos, conto sempre as cores todas e admiro a junção de contrastes que fica no ar.
Enfim...são inúmeras as pequenas enormes belezas que existem na vida, mas acima de tudo que existem aos olhos de cada um. Desfrutem as enormes belezas da vida, quer estejam zangados com o mundo, desiludidos com alguém, tristes, alegres, felizes, incrivelmente apaixonados. O mais importante é saber viver estas pequenas enormes belezas!...eu já não sei passar sem elas!
Esforço-me por avistar na linha do horizonte a solução para isto ou aquilo, mas acabo sempre por perceber que nunca vou encontra-la porque primeiro teria de conseguir ver a linha do horizonte na perfeição, mas tento ver sempre mais além, quase me debruço e tento mergulhar para ver se a atinjo, enquanto o estou a fazer acabo por franzir o sobrolho e cansar a vista e... estou longe...ás vezes é preciso também dar um desconto de tempo ao próprio tempo e partir sem levar malas que atrapalhem a caminhada e depois voltar, sem fotos que comprovem onde estivemos, apenas tendo a certeza de que nos fez bem.
É bom vaguear usando o poder da imaginação, haverá algo mais brilhante que a imaginação?
A beleza pode sair de dentro de uma tela, transpor os bigodes de um pincel e fazer com que se invente mais uma cor que é acrescentada à paleta de um pintor, seria designada de: cor de burro quando foge! ...não consigo, mesmo fazendo uso da imaginação, visualizar esta cor, mas anda perto do castanho. As enormes belezas podem ser obvias, visíveis, transparentes, mas por outro lado podem viver encobertas por um toque enigmático, mágico, pouco óbvio...mais para o abstracto. Gosto de quadros abstractos, daqueles em que à primeira vista nada parece nada, mas depois de uma observação atenta, mágica, imagética já parecem ou podem ser tudo.
Gosto verdadeiramente de vaguear pela imaginação, mas cada vez mais preocupo-me em ser capaz de separar o meu mundo interior real do meu mundo interior ilusório. Gosto de me deitar de barriga para o ar na praia olhar para o céu e brincar com as formas que as nuvens naturalmente têm, algumas parece que foram desenhadas por uma mão cuidadosa, outras são irregulares e pouco expressivas e não descanso enquanto não lhes atribuo uma semelhança. Gosto de me sentar à beira mar e sentir o que as ondas do mar me querem dizer, elas falam muito e expressam-se quando rebentam e acabam por esmorecer em terra . Há dias em que estão chateadas ou querem dizer-me qualquer coisa de muito importante então rebentam com força, avançam pela areia até ao local onde me encontro e se não fujo a tempo chegam a tocar-me.
Gosto do céu, esteja ele de bom humor sem nuvens e com uma tonalidade de azul celeste ou então quando está mais tristonho, zangado com o mundo, cheio de nuvens cinzentas escuras e sem forma, como se pelo facto de estar triste fizesse uso de uma máscara, uma capa de uma só cor e sem um único buraco de onde saia um raio de sol que se esforçou por contrariar esse estado. Gosto de andar de escorrega por entre a vastidão do céu, de uma forma livre sem medo da velocidade que posso vir a atingir e sem medo de esfolar o rabinho. Gosto de saborear as nuvens como se fossem de algodão doce, aquele branquinho que derrete rapidamente na boca e faz colar os dedos.
Sinto que quem tem a capacidade de ver para além da pequenez que certas coisas são e consegue subir, ir mais além, até pode chegar ás estrelas mais brilhantes. Gosto de achar que posso chegar até elas, que lhes posso fazer cócegas e pedir desejos. E quantos desejos já pedi á estrela mais brilhante? ... não faço ideia, já perdi a conta!
Estas pequenas enormes belezas, no fundo não são mais do que momentos e reflexões. Tenho momentos da minha vida em que aquilo que mais sacia a alma e acalma o espirito é poder desfrutar de pensamentos sobre as coisinhas mais simples da vida. Coisas simples como a sensação agradável que tenho quando agarro num punhado de areia quente e fina e a deixo escorregar por entre os dedos das minhas mãos. Quando ando à beira mar descalça simplesmente a molhar os pés até ao tornozelo ou a apanhar conchas e pedrinhas multicolores. Coisas simples como dar uma boa inspiração e enalar o cheiro da maresia que me desentope as fossas nazáis e me faz ficar atordoada devido ao facto de eu ter sinusite. Poder correr num campo aberto sem limites, sem muros a definir o fim de um terreno e poder olhar em redor e ver apenas verde e um manto enorme de malmequeres e depois vencida pelo cansaço sento-me no chão e apanho um deles e começo a tirar pétala a pétala repetindo a lenga lenga:« bem me que/ mal me quer/ muito/ pouco/ ou nada!».
Gosto de contemplar e observar as formigas, sempre todas atarefadas nas suas vidinhas nada monótonas e pergunto-me como é que elas podem com aqueles pedregulhos de pão seco? Se vale a pena o esforço de os equilibrar sobre os seus corpos delgados e minúsculos, mas cheios de energia, devido ao açúcar que ingerem quando “assaltam” um açucareiro qualquer!
Gosto da claridade que emana a lua cheia ao ponto de nos fazer ver uns aos outros com uma nitidez tal que ás vezes o próprio sol, por estar tão forte, nos faz fechar os olhos. E gosto muito do arco íris, fico tão contente quando ele se digna a visitar-nos, conto sempre as cores todas e admiro a junção de contrastes que fica no ar.
Enfim...são inúmeras as pequenas enormes belezas que existem na vida, mas acima de tudo que existem aos olhos de cada um. Desfrutem as enormes belezas da vida, quer estejam zangados com o mundo, desiludidos com alguém, tristes, alegres, felizes, incrivelmente apaixonados. O mais importante é saber viver estas pequenas enormes belezas!...eu já não sei passar sem elas!
Bom texto!
ResponderEliminarIsso é que foi fazer uso da inspiração:)
Ks
Será que tu...és eu???
ResponderEliminarLol lindo lindo lindo! A tua forma de escrever leva-nos num carrinho de linhas por aí fora...quase que senti a areia a escorrer-me por entre as vontades...
Como eu te compreendo!! :)
Beijoca* Parabéns!
Olá Videl! Obrigada pelo teu comentário!
ResponderEliminarSe tu és eu?
Como eu te compreendo...ás vezes deparamo-nos com as palavras de outras pessoas que parecem mesmo serem as nossas!
Até arrepia! ;)
Um beijinho!