sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

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A cor dos dias pesados sente-se no olhar de choro e especialmente na alma. Há qualquer coisa que se esvaziou e que se desnudou cá dentro, onde reina o reinado (passo a redundância) dos sonhos que ainda se querem acreditar que tenham o tom rosa como base. Sente-se a vida dos outros a pulsar a cada dia, a cada conquista. Aqui dentro sente-se alguém que se sentou eternamente no banco de uma estação de comboios à espera de passar o dito cujo, que a leva ao destino certo, na carruagem adequada. Tomam-se as dores e as magoas que ficam daquilo que já se viveu e que não se voltou a viver desde então. Contorce-se a alma e vira-se do avesso quantas vezes forem precisas para se chegar ao bom porto. Secam-se lágrimas fáceis que teimam em querer deslizar mostrando a força dos sentimentos. A voz embarga-se e os olhos tristes caem a cada dia que passa. O olhar está vidrado e é fácil mergulhar nele e sentir que se trata de uma alma triste. Uma alma triste com uma imensidão dentro de si para amar.

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