quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Infâncias...



E hoje porque me sinto frágil, desprotegida e só a precisar de colo e que me embalem numa lenga lenga de afectos desmedida, apetece-me escrever sobre a infância.
As infâncias são marcantes, são o cunho que fica enraizado e que se revela para além de todo o sempre! As infâncias ditam o rumo da nossa vida, são a base fixa da nossa personalidade e deixam marcas e traços que perduram no tempo, como se tivessem pilhas duracel! As infâncias não são todas iguais, banais, vulgares. Nem todos nós, no mundo tivemos hipótese de ser crianças e recordar esse período mágico das nossas vidas, com um sorriso nos lábios e com um calor nostálgico no coração!
As infâncias não são todas cor de rosa, passadas a correr e a brincar num parque infantil a andar de escorrega e de baloiço e depois sentados num banco de jardim a tirarem-nos a areia dos sapatos, enquanto nos lambuzávamos com um chupa chupa de morango. Também há infâncias cinzentas, tristes e passadas a correr num pasto verdejante a guardar o gado ou com uma enxada na mão.
As infâncias são intemporais, mas quanto a mim, todas têm o seu tempo...com isto apetece-me dizer do fundo do coração: ainda bem que os tempos hoje são outros! E que nos dias de hoje, e até mesmo nos meus dias de criança, os meninos podem ou puderam ser crianças. Ser criança é poder desfrutar de uma forma mágica, transcendental, incrivelmente feliz e despreocupada do melhor que há nesses tempos de vida. Ser criança é ser-se livre, é não ter maldade nenhuma, é ter um coração pequenino mas tão repleto de sonhos, de magia, de beleza, de pureza; é ser-se integro e recheado de coisas boas!
Sinto-me uma privilegiada porque tive uma infância muito feliz, fui uma criança com uma óptima educação muito desejada e muito amada por todos! Contudo, apesar de ter sido, a primeira filha, a primeira neta, a primeira sobrinha e a primeira afilhada, não fui uma criança mimadinha e apaparicada em excesso. Fui sempre muito menininha, muito meiguinha a falar, muito protectora do seu boneco chorão que embalava e protegia como se de um bebé a sério se tratasse, muito mázinha para comer, muito doce e delicada, também era muito magrinha e branquinha...ainda hoje o sou...branquinha, claro!
Ás infâncias estão sempre associados locais, lugares, sítios onde passamos esses tempos tão preciosos. Quando me deixo envolver pela ternura das recordações neste capítulo vem-me desde logo à memória três desses lugares chave que marcaram a minha vida: a casa dos meus avós maternos, a quinta dos meus avós paternos e a casa da Arrábida dos tios. E com eles cheiros, sons, sensações e acima de tudo pessoas. São esses os meus lugares de eleição, dos quais guardo boas e significativas lembranças. Tenho uma memória excepcional e articulo com alguma facilidade talvez, graças à minha sensibilidade, pedaços de um filme, que apesar de não ter a clareza de hoje, estão muito bem conservados e guardados dentro de mim, como se fossem fragmentos de uma vida recente!
Mas o que recordo como mais significativo da minha infância foi o nascimento do meu irmão, que comigo está na foto que data de 1983...o mais curioso é o meu ar de instinto maternal aos 5 anos de idade!

3 comentários:

  1. Vá lá, finalmente encontro alguém que tb tem parentes laterias directos de 1983:)
    Ks

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  2. Que bonitos os irmãos costa santos:) A infância sem duvida é o melhor periodo da nossa vida. Viver este periodo é facil, divertido e muito emocionante. É na infância que formamos a nossa personalidade, que estabelecemos laços fortes com os outros, é onde tudo começa e acaba. Somos hoje, o espelho da nossa infância , tenho a certeza que se tivesse conhecido na infância seriamos as melhores amigas do colégio tu branquinha e eu com as botas ortopédicas ehhhh

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  3. PP_Fantasma: De facto, 1983 foi uma boa colheita! ;) Um beijinho para o teu/tua parente lateral directo. :)

    Teresa: tenho a certeza que seriamos inseparáveis, mesmo que tu com as botas ortopédicas me deixasses toda negra com as caneladas nas minhas imaculadas e brancas, pernas! ;)

    Beijinhos

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