(Não sei porque motivo aparente, mas hoje lembrei-me da Isabel, a senhora da praia e como tal gostaria de publicar neste post um texto escrito por mim há coisa de uns 7 anos, sobre a Isabel)
Hoje conheci a Isabel, a senhora da praia. É incrível como uma ilustre desconhecida que nos aborda para fazer uma simples pergunta acaba por contar toda a sua vida em minutos. Sinto que aquilo que a Isabel queria mesmo era desabafar com alguém e pouco ou nada lhe interessava saber o nome da praia. O que é que lhe interessava saber se era a praia de Sto. Amaro(ou da precipitação, como eu lhe chamo!) ou a de Paço d’Arcos ? Ela de facto só estava preocupada com um aspecto: a qualidade da água. O que mais mexeu comigo foi sentir que a Isabel em minutos, conseguiu mudar o meu dia e marcar na minha vida este dia, tão especial. Não é todos os dias que conheço alguém como ela, muito menos no passeio marítimo de Oeiras.
Jamais me irei esquecer dela, daquilo que me contou a mim e à minha amiga Inês. Decerto que guardarei a imagem dela na minha memória para todo o sempre, apesar da hipótese de nunca mais a ver. Assim que lhe perguntei o nome fui incapaz de chama-la de sra dona Isabel ou dona Isabel, saiu-me da boca como um tiro certeiro, simplesmente... Isabel. Não sei bem porque motivo, mas talvez pela sensação de familiaridade que senti enquanto estivemos a conversar. Falava sem medos, de coração aberto, de quem já não receia expor-se ,de quem não tem nada a perder, de quem não tem medo de traduzir os seus sentimentos, as suas preocupações e os seus conselhos sábios e maduros, próprios de quem já viveu muito para saber realmente daquilo que está a falar.
Achei-a muito lúcida apesar de aparentemente não traduzir na exactidão essa imagem. A Isabel é linda, de cima dos seus 80 anos, revela uma beleza que emana naturalmente do seu interior que me deixou cativada e curiosa por ouvir mais relatos e mais desabafos sentidos daquilo a que se chama vida! Estava demasiado vestida para o calor que se fazia sentir nessa tarde, mas gostei do pormenor do panamá branco de abas grandes que tinha enfiado pela cabeça, mas que deixava ver um pouco dos seus cabelos. Tem os cabelos lisos pelos ombros, em tons de preto acinzentado e imensos fios de um branco puro. Tem uma cara delicada, algumas rugas inevitáveis, mas para a idade tinha uma pele linda, estava corada, mas... talvez fosse blush! Aquilo que mais realçou no seu aspecto foram os seus olhos, nada perdidos, nada vazios, de um azul esverdeado lindo e de uma lucidez e vivacidade que me contagiaram, tinha um olhar aberto de quem não receia olhar-nos olhos nos olhos, cheguei a tirar os meus óculos escuros para que os nossos olhos se pudessem encontrar com exactidão. Admirei a sua vontade por não se descorar do seu aspecto físico, tinha um risco de eye liner meio esbatido e esborratado, decerto que já não tem a mesma mão certeira de quando era nova e tinha os lábios pintados de vermelho vivo cor de groselha que a ela não lhe ficava mal, mas a mim ou à Inês já parecíamos estar mascaradas de qualquer coisa! E sorria para nós com vontade, tem um sorriso aberto e franco. Apesar de nos relatar alguns aspectos menos felizes que passou na vida eu sentia-a em paz com ela própria, firme nas suas decisões, com uma personalidade vincada e como uma mulher de armas que não se deixa abater ao primeiro senão que a vida lhe prega. Gosta muito de dar os seus passeios, diz não ter horas para nada, ser livre! A Isabel é um mimo, uma senhora fina, com uma grande categoria e apesar de nos seus desabafos deixar transparecer algumas mágoas que estão latentes no seu coração e na sua alma, enraizados como uma tatuagem que não pode ser apagada da sua vida, a sensação que se apoderou de mim e que ficou marcada no meu coração foi de esperança, de alegria e boa disposição!
Quando se despediu com dois beijinhos e tocando nos braços pediu imensas desculpas por nos ter maçado e roubado o nosso tempo e disse: «foi só um desabafo!». Desculpa?, não Isabel! Muito obrigado do fundo do meu ser, pela lição de vida, pelos seus conselhos e por me ter proporcionado um momento tão especial na minha vida! Irei sempre lembrar-me da Isabel: a senhora da praia!
Jamais me irei esquecer dela, daquilo que me contou a mim e à minha amiga Inês. Decerto que guardarei a imagem dela na minha memória para todo o sempre, apesar da hipótese de nunca mais a ver. Assim que lhe perguntei o nome fui incapaz de chama-la de sra dona Isabel ou dona Isabel, saiu-me da boca como um tiro certeiro, simplesmente... Isabel. Não sei bem porque motivo, mas talvez pela sensação de familiaridade que senti enquanto estivemos a conversar. Falava sem medos, de coração aberto, de quem já não receia expor-se ,de quem não tem nada a perder, de quem não tem medo de traduzir os seus sentimentos, as suas preocupações e os seus conselhos sábios e maduros, próprios de quem já viveu muito para saber realmente daquilo que está a falar.
Achei-a muito lúcida apesar de aparentemente não traduzir na exactidão essa imagem. A Isabel é linda, de cima dos seus 80 anos, revela uma beleza que emana naturalmente do seu interior que me deixou cativada e curiosa por ouvir mais relatos e mais desabafos sentidos daquilo a que se chama vida! Estava demasiado vestida para o calor que se fazia sentir nessa tarde, mas gostei do pormenor do panamá branco de abas grandes que tinha enfiado pela cabeça, mas que deixava ver um pouco dos seus cabelos. Tem os cabelos lisos pelos ombros, em tons de preto acinzentado e imensos fios de um branco puro. Tem uma cara delicada, algumas rugas inevitáveis, mas para a idade tinha uma pele linda, estava corada, mas... talvez fosse blush! Aquilo que mais realçou no seu aspecto foram os seus olhos, nada perdidos, nada vazios, de um azul esverdeado lindo e de uma lucidez e vivacidade que me contagiaram, tinha um olhar aberto de quem não receia olhar-nos olhos nos olhos, cheguei a tirar os meus óculos escuros para que os nossos olhos se pudessem encontrar com exactidão. Admirei a sua vontade por não se descorar do seu aspecto físico, tinha um risco de eye liner meio esbatido e esborratado, decerto que já não tem a mesma mão certeira de quando era nova e tinha os lábios pintados de vermelho vivo cor de groselha que a ela não lhe ficava mal, mas a mim ou à Inês já parecíamos estar mascaradas de qualquer coisa! E sorria para nós com vontade, tem um sorriso aberto e franco. Apesar de nos relatar alguns aspectos menos felizes que passou na vida eu sentia-a em paz com ela própria, firme nas suas decisões, com uma personalidade vincada e como uma mulher de armas que não se deixa abater ao primeiro senão que a vida lhe prega. Gosta muito de dar os seus passeios, diz não ter horas para nada, ser livre! A Isabel é um mimo, uma senhora fina, com uma grande categoria e apesar de nos seus desabafos deixar transparecer algumas mágoas que estão latentes no seu coração e na sua alma, enraizados como uma tatuagem que não pode ser apagada da sua vida, a sensação que se apoderou de mim e que ficou marcada no meu coração foi de esperança, de alegria e boa disposição!
Quando se despediu com dois beijinhos e tocando nos braços pediu imensas desculpas por nos ter maçado e roubado o nosso tempo e disse: «foi só um desabafo!». Desculpa?, não Isabel! Muito obrigado do fundo do meu ser, pela lição de vida, pelos seus conselhos e por me ter proporcionado um momento tão especial na minha vida! Irei sempre lembrar-me da Isabel: a senhora da praia!
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