quinta-feira, 7 de abril de 2011

É caso para dizer que a ajuda aparece de onde menos esperamos...

O mote que tem guiado os últimos dias tem sido o chamado “resolução de pinceis” que é como quem diz andar sempre de mangueira em riste armada em bombeira de serviço. Desta feita o cliente preocupante chama-se Ana Aeroportos e tudo o que envolva pessoas, aeroporto, curso de security e cartões de acesso é sinal de berbicacho na certa, para resolver. O deja vu reinante relembra-me outros tempos, que exigiam de mim uma capacidade de resolução exímia, uma enorme dose de paciência e uma certa resistência ao stress. Pois ontem, depois de mais um dia de pura bombeira, sim porque há sempre “um fogo “ para a solitária da bombeira circunscrever, ainda tive mais uma chatice after hours. Saídinha do local de trabalho, dirijo-me a uma grande superfície comercial, com o intuito de rapidamente adquirir os géneros alimentares de que necessitava e pisgar-me para casa, onde me esperava o descanso merecido, na minha cama de rede. Mas tal não aconteceu, depois de já ter a bagageira atestada, apercebo-me da impossibilidade de efectuar uma manobra de marcha atrás pois tinha literalmente uma enorme camioneta branca, estacionada num local não existente, logo inventado pelo condutor da dita cuja, e que estava mesmo a trancar-me. Como boa condutora que sou ainda me fiz ao piso, que é o mesmo que dizer, tentei a todo o custo tirar dali o carro. Foi quando apareceu, “o ajuda nº1”, um rapaz simpático de traços físicos que lembram a Guiné Bissau ou a Costa do Marfim. Prontamente, assumiu as rédeas da situação e ia comandado a manobra, dando pancadinhas no meu carro sempre que me ia chegando muito próximo dos obstáculos, neste caso, uma parede e a tal camioneta branca. Nisto, simultaneamente aparece a ” ajuda nº2”, namorada do “ajuda nº1” igualmente uma” irmã” de cor mais tostada, prontamente se encarrega de ir chamar o segurança do shopping para lhe dar conta do sucedido. Nisto abeira-se de nós o “ajuda nº3, um rapaz brasileiro, meio pintas, meio parecido com o Luciano Huk, que também deu um arzinho da sua graça no comando da manobra, mas ao aperceber-se da dificuldade da coisa, discretamente afastou-se da ocorrência, digamos que foi o primeiro das ajudas, a cavar. Enquanto eu, permanecia dentro do meu carro, a ficar enervada, cheia de calor, a inalar quantidades industriais de monóxido de carbono e ainda consegui a proeza de colocar o carro de tal maneira, que achei que não seria possível tirá-lo dali, digamos que mais 1 cm para frente ou mais 1 cm para trás faria toda a diferença. Nisto, vejo ao longe a “ajuda nº2”, a aprochar-se de nós e muito bem acompanhada, por dois agentes da autoridade, leia-se PSP, que automaticamente nomeei de “ajuda nº4” e “ajuda nº5”. Saí do carro e cumprimentei a autoridade, algo que me dá sempre muito gozo é dizer “boa tarde sr. Agente”. O “ajuda nº4” tomou logo as medidas necessárias para libertar o meu carro, tirou medidas através de olhares raio x, enquanto o “ajuda nº5 “ se lembrou de, via wokitoki de divulgar pelos altifalantes do supermercado a matrícula da camioneta branco, no género : « pede-se ao proprietário do veículo com a matrícula “xpto” que se dirija, com urgência, junto da mesma.» Eu permanecia fora do meu carro a olhar para as investidas do “ajuda nº4” e ao aperceber-me do seu ar confiante de que iria conseguir tirar dali o carro, estendo a minha mão direita, na qual tinhas as chaves e disse em tom de “ai de ti que não aceites” - «Aqui tem as chaves sr. Agente, esteja à vontade». O “ajuda nº 4” acedeu prontamente e quando olho para o carro, já só o vejo a aterrar dentro do meu carro e a muito custo lá colocou a barrigona dele que primeiramente havia chocado de frente com o volante, mas finalmente ajustou o banco, chegando-o atrás e iniciou as manobras de salvação do meu carro trancado. Claro está que antes avisou-me que iria autuar o condutor da camioneta branca, mas que iria primeiro ajudar a tirar dali o meu carro, para não ficar mais tempo retida. Quando eu já não pensava que pudesse aparecer mais ninguém interessado em resolver esta questão, heis que aparece o “ajuda nº5”, um rapaz de Leste, um Zoran ou Drimitri qualquer que cheio de vontade e energia tomou a liberdade de auxiliar o “ajuda nº4” nas meticulosas manobras e depois de algum esforço, o meu carro foi desencarcerado e lá segui a curta viagem até casa. Pelo caminho achei graça à caricata situação e achei que a temática daria um post giro. Só não achei graça, quandochegada a casa, coloco a mão num dos sacos de compras e sinto que os iogurtes e o fiambre estão meios mornos e não fresquinhos.

2 comentários:

  1. Tens razão :P com tantos "ajudas" até me baralhei no número .. agora fica assim, não vou emendar! :P

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