quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Apenas um desabafo ...

Seremos aquilo que a vida nos ditar por sorte, como a sorte que é lançada ao jogo pela cartada certeira de um Ás de espadas ou como a sorte que alguém anseia em ter ao acertar nos “tais” algarismos do euro-milhões.
Tu és, todo tu, na tua imensidão e discrição do teu “eu” complexo, um ser humano dotado de uma alma fascinante que se transborda num olhar destemido, risonho e cúmplice, que me cala de palavras e me prende, a mim e aos meus sentidos numa espécie de comunhão de duas almas.
Encantas-me e embalas-me, como quem fica encantado pelo inesperado cântico ouvido numa igreja de câmara, algures...
Gosto do teu olhar que é terno e derrete, mas não no todo, o bloqueio emocional que ganhou forma de iceberg egoista e que coabita dentro de mim numa constante batalha campal, com o meu imenso coração.
Gosto das tuas palavras, as mais especiais e a forma como traduzes os teus afectos e sentimentos, carregados de certezas, que curiosamente me assustam, mas que ao mesmo tempo me cativam.
Que pena, mesmo, a tinta não ser permanente! Mas não poderiamos continuar a escrever a nossa história a lápis de carvão e borracha branca, pois não é sob essa batuta que regemos as nossas vidas!
Vou aceitar e respeitar as vicissitudes da vida e debater-me mano a mano com as minhas não conformidades interiores que povoam o meu reino dos afectos e que me impedem de ser feliz.
Vou em busca de mim, vou fazer por encontrar-me!
Vou encher-me de silêncio, a teu pedido!

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