quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

11.12.13 - o dia de libertar em gratidão

Certamente que não foi o acaso que me fez escolher o dia 11.12.13 para em definitivo libertar alguém muito importante de dentro do meu coração. Só poderia ser assim num dia destes com um simbolismo engraçado que tal libertação poderia acontecer. Por não ser uma data vulgar. Porque a pessoa a libertar de vulgar nada tem...quer-se dizer descobri que há uma parte dele que até é bastante vulgar, banal, corriqueira e imoral, diga-se a bem da verdade. Mas digamos que a situação no seu todo, pedia um dia assim, pouco comum, pois toda a história que me envolveu a essa pessoa é toda ela nada comum, nada vulgar e até digna de um filme. Há já alguns meses, após uma (mais uma)descoberta nada agradável que me havia saltado a tampa, emboída pela desilusão e a magoa que sempre me causaram as descobertas das coisas menos bonitas dele, ou da vida dele (sim, de repente deixei de usar a palavra "pessoa" e passei a fazer uso da palavra "dele/ele"). E o saltar-me da tampa traduziu-se no envio de umas curtas e grossas palavras para o endereço de email dele. Na altura senti-me estupendamente aliviada e convicta de que finalmente não haveria mais nada para lhe dizer. Como o tempo, é bom conselheiro, fui-me apercebendo que estava redondamente enganada, pois ainda havia em mim a vontade/necessidade de dizer mais uma ou duas coisas sinceras e bonitas, por forma a espelhar a minha gratidão por tudo o que vivi e especialmente por tudo aquilo que senti por ele. Acima de tudo, precisava de o libertar em paz, em gratidão e mais do que tudo em amor. Ontem foi esse dia! Finalmente ! Sei que aquilo que lhe escrevi e devidamente ilustrei foi a derradeira das despedidas. Não foi um "até já", porque com ele é tudo ou nada. E ele há muito muito tempo que me reduziu ao mais desprezível dos nadas. Como tal e depois de fazer uso dos mil e um recursos que possuo para o conquistar numa amizade pura, sempre por ele rejeitada, decidi finalmente aceitar que tudo tem o seu tempo e que há mesmo pessoas que passam na nossa vida e simplesmente não ficam.E mais do que isso, simplesmente não ficam, porque não são para ficar. Durante anos quis fazer dele um porto de abrigo, um amigo, um confidente e mais do que tudo tentei explicar-lhe de todas as formas possíveis e imaginárias do quão era importante para mim tê-lo na minha vida. Já que a vida não nos destinou a sermos marido e mulher, que pelo menos conservassemos a fantástica empatia e a amizade que saberiamos certamente desenvolver um pelo outro/um para com o outro. Este cenário da tal amizade só existiu sempre da minha parte, sempre só foi do meu coração e da minha alma essa intenção, vontade, desejo. O coração e a alma dele sempre lhe disseram: "despreza-a, trata-a como a mais insignificante das criaturas". E assim foi. E assim ele tratou. Durou demasiado tempo a minha investida na tal pseudo amizade e demorou demasiado tempo ele a receber os meus bombardeios sem nunca tomar uma posição radical ou limite para comigo. Conhecendo-o como eu o conheço foi a batalha ganha pelo ego dele. Deu-lhe certamente um gozo enorme ter-me ali a mendigar por o ter como amigo e ele a desprezar-me com a maior indiferença que certamente ele teve para com outra mulher. O ego ferido de um homem com uma personalidade fortíssima é invencível. Ganhou o senhor ego (ferido) dele! Igualmente também durante muito tempo sentir que perdê-lo fragilizou-me, como se me tivessem arrancado de mim mesma uma parte de mim da qual eu precisava para viver em pleinitude. Senti durante muito tempo que ele tinha tido a capacidade de me deixar incompleta e em alguns campos de mim até vazia. Senti demasiado tempo que estava coxa e que a caminhada a partir daqui seria sempre torta ou a muito custo. Hoje sei e sinto que se tivesse ficado ao lado dele nem sequer conseguiria caminhar. E não preciso de dizer muito mais, apenas o sinto. Libertá-lo escrevendo sentidas palavras de gratidão, de reconhecimento, de paz e de amor serenou-me por completo. Hoje acordei ainda meio ressacada emocionalmente, até porque sempre que lhe escrevo choro sentidas lágrimas, pesadas, mas que correm depressa pelo meu rosto. Já tentei pensar muito e de variadas formas sobre este assunto do choro, mas não cheguei a conclusão lógica nenhuma, pelo que atribuo certamente a algo de vidas passadas, só pode. Choro sempre. Da mesma forma que também me ri muito com ele. Não quero reter em mim as lágrimas,mas sim os sorrisos, as gargalhadas e mais do que tudo os olhares cúmplices e empáticos. Pedi-lhe que me recordasse pelo enorme coração que eu possuo. Sei que é assim que eu também o vou recordar para sempre, pelo lado bom, pelas qualidades e por tudo de bom que trouxe e acrescentou em mim. A última frase que lhe escrevi foi: "Grata por ter descoberto contigo o amor incondicional" pois foi esta a forma que encontrei para resumir num todo aquilo que eu senti por ele. Ele claro que não me respondeu com nenhum comentário e nem nunca o irá fazer. Estou convicta disso. E agora sim,já não há mais nada a dizer. Libertei-o em paz, em gratidão e amor e essa é a mais pura das libertações. Só se efectiva mesmo a libertação quando se o consegue fazer em três pilares fulcrais: em perdão, em gratidão e em amor!

Sem comentários:

Enviar um comentário