A
propósito do que li hoje escrito por uma pessoa que me é querida, homónima e
altamente inspiradora, e com a qual em muito me identifico, senti um chamamento
para colocar no papel algo que ainda não havia feito.
Sinto
que a grande lição a retirar deste ano de 2012 é sem dúvida fechar as portas do
meu coração a quem não me merece enquanto ser humano, que é o mesmo que dizer
enquanto amiga.
Quando
penso em mim e coloco o enfoque no centro do meu peito e fecho os olhos,
pergunto-me a mim mesma: O quê que tu tens de melhor? E a resposta que me soa
no imediato é : Sei cuidar! Sei que
nasci para cuidar. Desde o sentido mais lato do termo, ao mais estreito. E para
mim cuidar é sinónimo de amor incondicional, é sinónimo de carinho, de
preocupação, de zelo, de ternura, de apoio, e é acima de tudo, sinónimo de
amizade.
A
amizade é o mais nobre dos sentimentos para mim.
E
para o bom e para o menos bom, a amizade tem um tremendo impacto em mim. Sei
que me custa horrores ultrapassar a magoa e a tristeza de um mal de amor. Mas a
magoa e a tristeza de uma desilusão de amizade é algo que não se apaga em mim.
Até porque, quem me conhece, sabe que eu sei perdoar em ambos os casos, mas em
termos de sentimentos, tudo é bem mais complicado em termos de amizade. Quando
me desiludem, desiludem mesmo, a um ponto em que simplesmente deixo de sentir o
que outrora sentia por essa pessoa e depois não há volta a dar, não há
reconquista possível. É como se o abalo, por ser de tal forma significativa
deixasse em mim um sentimento pós tsunami.
Sei
que sei perdoar. Sei ser grata a tudo o que essa pessoa que foi minha amiga, já
me deu. Sei que não tenho memória curta, nem sou ingrata. Mas também sei que
sou nobre de sentimentos e que quando me desiludem de uma forma profunda, não
há como voltar a nascer em mim, amor por essa pessoa. Apaga-se cá dentro algo,
que dificilmente voltará a aceder-se. É aquela sensação de nada voltar a ser
como foi um dia. Não sei ser de outra forma, não quero, nem consigo, pois é uma
questão de essência, de valores e acima de tudo de personalidade.
Tenho
trabalhado no meu mundo holístico, o julgamento. Ou melhor, a ausência dele. Já
trabalhei em muito o perdão e sinto que produziu o efeito desejado, mas o não
julgar o outro pelas suas escolhas, é algo que ainda sinto como um desafio para
mim. Custa muito não sermos capazes de julgar os outros. A base do não julgamento
assenta na aceitação. Aceitar sem criticar. Aceitar tendo em consciência que
cada um de nós é um ser livre de fazer as suas escolhas. Aceitar da mesma forma
que gostamos de ser aceites.
Voltando
à amizade ferida e perdida. Nunca pensei que a S.L. pudesse ter agido tal e
qual como o tem feito para comigo. Não consigo descrever o sentimento que me
assiste, mas anda para lá da desilusão, da magoa e acima de tudo do lamento. Nada
justifica o comportamento dela- e atenção que isto não é um julgamento, mas sim
uma real constatação dos factos.
E
neste momento que tipicamente é tido como festivo, apenas peço o seguinte: Que
Deus a ilumine de paz e amor no coração dela. Que seja feliz e nutrida de
pessoas boas e de afectos puros, em seu redor.
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