terça-feira, 1 de novembro de 2011

Por hoje e pelos próximos tempos ... Tenho Dito!

Havia prometido que aqui voltaria para expressar aquilo que me vai na alma.

Todavia descobri ultimamente e face ás mudanças que felizmente tenho vindo a sofrer, no sentido grandioso e bom da palavra, que a melhor forma de curar uma mágoa ou um ferida, é manter-me em silêncio, total e absoluto para com quem me entristeceu ou magoou. Definitivamente que poderia recorrer ao meu tradicional "modus operandis" de dizer tudo aquilo que me vai na alma, assim como os malucos, em rajadas de prosas, até me esgotar nas palavras ou entornar o jarro interno, de onde saltam as inevitáveis lágrimas, porque sou uma pessoa sensível.

Ao invés disso, remeto-me ao silêncio, pois é a minha forma de perdoar alguém. Afastar-me dela por algum tempo, não entrar em qualquer tipo de comunicação, para ver se me passa a dor que me causou.

Por uma das pessoas que recentemente me magoou, sem querer, eu sei que não foi intencional, foi até fruto de uma situação por mim criada ou sugerida, com a melhor das intenções, nutro neste momento uma espécie de sentimento que anda no limiar da compaixão e no da desilusão. Detesto ser apanhada na curva, sentir-me a ser rastejada e não consigo compreender determinadas atitudes quando no fundo já "só se diziam as coisas, ou se provocavam as coisas por brincadeira". Eu que fiquei virada do avesso, naquele mesmo momento, detesto sentir-me ridicularizada e até mesmo tomada como parva, logo eu que sou tão astuta e tão sensível. Tentei disfarçar o embate que a confissão dele me causou, mas acho que se ele me conhecesse minimamente, saberia que ecoar aos quatro cantos "eu sou mesmo boa!" repetidas vezes, não significou porém que assim me estivesse a sentir. Foi um mecanismo de defesa que surgiu naquele instante, para não desligar o telemóvel.Continuei a conversar com ele dizendo-lhe do fundo do coração, sim porque se há coisa que eu sou é honesta e verdadeira, tudo aquilo que eu senti que ele estava a precisar de ouvir. Estava a falar com um homem cujo estado de espirito interior dele roçava o nada e o menos de nada. Que direito tinha eu de o fazer ver determinadas coisas a meu respeito que ele até então não tinha tido a sensibilidade e a maturidade de abordar? Escudam-se confissões assentes no estado, "agora que somos amigos" posso dizer isto assim ou assado, a frio ou a quente, sem se ter a mínima sensibilidade de como se estava a sentir essa pessoa nesse dia. Pode-se magoar à vontade, agora que se é amigo? Ou aproveitou-se em jeito de ficar bem com a consciência só porque essa pessoa tem sido um apoio numa fase menos boa.

Estou magoada contigo P. e preciso de tempo para me restabelecer. Já te perdoei, mas ainda não passou a magoa. Acho que estou mais desiludida do que outra coisa qualquer. Tinha-te em tanto e confesso que agora por estar sentida, tenho-te em menos. Estou a ser sincera, honesta e acima de tudo verdadeira, porque essa é a minha essência, essa é a minha verdade. Gostaria de conseguir continuar a ajudar-te à minha maneira, mas neste momento, não estou a conseguir, digamos que não tenho essa parte de mim disponível para ti. Porque para o ter, teriamos de ter uma conversa demoradamente séria e com "eles no sítio" e tu não estás capaz disso. Então, esperaremos, que cada um recupere à sua maneira e das suas maleitas e posteriormente com toda a calma e serenidade do mundo, conversaremos, olhos nos olhos, agora que somos amigos.


Na mesma semana das desilusões havia sido primeiramente magoada por outro ser. Foi uma dor completamente diferente. Foi um definhar de alma. Foi uma contratura no músculo "coração". Foi um rasgar de emoções a sangue frio. Foi uma frieza de palavras. Foi o mais triste e vazio dos abraços. Foi o querer que eu me sentisse a mais insignificante das criaturas. Mas foi também um querer tocar na ferida de uma forma cruel, dura e até de certa forma maquiavélica, no sentido de ser manipulador.Foi a maior das dores, porque também ele me foi em tempos o maior dos sentimentos. Tomei-me capaz de dar um passo em prol de uma amizade presente e sempre com um olho no futuro. Vim de lá reduzida a menos de nada, que em tradução significa, "sim vamos falando pelo FB" e "claro que sou teu amigo, se tiveres um dia destes um furo, podes ligar que eu vou ajudar-te a trocar o pneu" ou ainda "não tenho sentido a tua falta, e se queres que te diga, há dias em que nem sequer me lembro do teu nome". Não sei o que me custou mais. Se foi a crueldade com que ele ainda tem necessidade de me magoar ou se foi sentir que passado este tempo todo ele mantem firme dentro dele as teorias da conspiração de que devo ser uma pessoa mal formada e que andei a gozar com os sentimentos dele. No conto geral foi tudo demasiado mau, excepto o momento em que cheguei e os meus olhos e os dele se cruzaram, naquela empatia só nossa. Depois disso entrou-se numa sequência de frases que nem com o melhor dos tradutores a coisa ia. Fui lá, porque estava com saudades, fui lá em carência, fui lá porque acreditava que finalmente poderiamos vir a ser amigos. Vim de lá feita num trambolho, com as emoções descontroladas e num pranto que soluçava a mais pura das almas.

Sei que não me lês J. mas quero que saibas que não me permitirei nunca mais a ser magoada por ti. Naquele dia encerrou-se um ciclo, que durava há já a tempo demais. Não consigo pensar em ti enquadrando-te no meu presente, muito menos no meu futuro. Se calhar é só isso mesmo que somos e seremos, um passado. Lamento e lamentarei sempre, mas gosto muito mais de mim do que da necessidade de mendigar pela tua amizade. Que no fundo sei que não a tens para me dar, porque não queres e acima de tudo porque não a sabes dar. Sei que para ti também é um descanso não falarmos, não nos vermos, não nada. Vou respeitar-me agora a mim primeiro e a ti, em segundo lugar. Mas também te digo, só quando um dia vieres por bem é que me terás de braços e coração aberto para ser tua amiga, até lá, continua assim a desprezar-me de afectos e lembranças que eu agradeço.


E depois de tudo isto, vou tomar uma chávena de chá verde, porque é anti-oxidante e selar a minha boca e acima de tudo o meu coração.


Continuo a recuperar-me.


Sou abençoada e serei recompensada!

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