quarta-feira, 18 de maio de 2011

Porque existem episódios que merecem ficar na história ... e para mais tarde recordar!

Se houve coisa que me divertiu foi ter assistido na última fila ao que se passou hoje de manhã neste local onde cumpro funções. Digamos que um dos soldados, o Soldado Mor ( o que bota faladura, sempre) resolveu convocar todos os soldadinhos para uma reunião geral. Depois de ter deixado as tropas à espera durante uns 15 minutos resolveu aparecer com ar de quem comeu iscas, chanfana ou rancho ao pequeno-almoço, trajando um blazer preto com um estampado enorme das costas, cujo desenho era algo difícil de perceber, mas andava perto de um dragão japonês. E claro está, primeiro aspecto que despertou em mim a vontade de dar uma gargalhada sonora, algo que o fiz, mas para dentro. Apesar do ar rude, grotesco, e de ter cara de poucos amigos, eu até consigo simpatizar com ele, apenas por um pormenor, ele é um perfeito clone do Jorge Palma, e eu simplesmente adoro o Palma. E só me apeteceu dizer : “Cá estamos nós outra vez”! Referindo-me ao facto de já ter estado presente, no passado mês, neste tipo de “eventos”.
Posto isto, alinhados que estão os soldadinhos eis que o tal Soldado Mor começa o discurso, nada ensaiado, completamente de improviso, porque se há coisa que o homem tem é o dom da oratória. Entrou a matar, passou atestados de incompetência a vários soldadinhos, sem dó nem piedade, evocou nomes em alto e bom som. Glorificou apenas dois soldadinhos e denegriu por completo os restantes.
O melhor estava guardado para o momento em que já todo exaltado e literalmente a cuspir-se, sai-se com esta pérola de expressão, que os meus ouvidos estavam longe de imaginar ouvir, num contexto laboral, e que foi o seguinte: “Vocês estão-se cagando para esta merda!» Nem as mosquinhas da fruta tiveram coragem de fazer um ruídinho que fosse para quebrar o total silêncio que se fazia sentir no auditório. E vai ainda mais longe ao elucidar os soldadinhos de que “caso vocês não saibam, isto é uma empresa, não é a Sta. Casa da Misericórdia, não é um grupo de amigos que se juntam todas as 5ªs feiras!».
Falou-se da questão gravíssima que é o facto de alguns soldadinhos não cumprirem a norma interna de dar saída e depois novamente entrada, aquando da hora de repasto. Está mal!! O Soldado Mor tem razão! Então uns soldadinhos trincam uma sandocha à pressa para não passarem o horário estipulado e outros soldadinhos ficam refastelados com o traseiro na cadeira do restaurante enquanto devoram um cozido à portuguesa e bebem um copo de três!!??
Falou-se de custos, de redução de custos, de soldadinhos que vão ser banidos desta corporação e foram avisados outros soldadinhos que não irão passar daquilo que são, meros executantes sem aspiração a mais.
Mas o pior de tudo, foi a comunicação feita de que até a conta da água está pela rua da amargura. No entanto, fiquei mais descansada, quando o Soldado Mor disse num tom mais pausado “ao que parece temos uma fuga”. É caso para dizer: eh pá, do mal o menos!

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